terça-feira, janeiro 18, 2011


Desabafo...

Chove aqui no Rio. Lembro de todas as famílias que estão passando por essa situação horrível, de todas as pessoas que perderam as suas casas, suas fontes de renda, seu porto seguro. Pessoas que precisam, hoje, mais do que nunca, da nossa ajuda. Já faz uma semana que o pior aconteceu e vejo pela televisão como a vida dessas pessoas está difícil. A cada dia que passa, o número de mortos vai aumentando e mesmo não tendo nenhum familiar, ou algum conhecido por lá, a dor aumenta.
Quando vi na televisão que o morro do teleférico, em Friburgo, tinha desabado, pensei logo no hotel que eu havia passado minha lua de mel, que fica no alto do teleférico. Fiquei chocada quando vi as imagens de toda aquela terra descendo e quando vi que uma parte do hotel tinha desabado fiquei muito triste, pois passei um dos momentos mais felizes da minha vida naquele lugar.
Fiquei mais triste ainda quando comecei a ver todas as imagens dos desmoronamentos e de todas aquelas pessoas tentando encontrar algum familiar debaixo de toda aquela terra. Todas as imagens são muito fortes e quanto mais eu vejo, mais eu penso naquelas pessoas que perderam tudo e que agora não tem nem água para beber. Sei que não faço idéia da dor que eles estão sentindo, mas, sei que não é possível descrever o tamanho dela.
Todas essas famílias precisam muito da nossa ajuda, da forma que ela puder ser dada, seja doando alimentos, roupas, colchonetes, medicamentos, tudo. Essas pessoas, agora, não têm nada e tudo o que for dado irá ajudá-las. Embora sejam lugares que geralmente vamos para viajar e nos divertir, agora precisamos ir também para ajudar.
Sempre que posso, vou a essas cidades e agora, dói o coração saber que não posso estar nestes lugares que me trouxeram tanta alegria, que não posso simplesmente chegar lá e ajudar todas essas pessoas, levando também um pouco de alegrias para elas.
Nessas horas, vejo como nós somos tão pequenos diante deste mundo em que vivemos. Vejo que não podemos fazer o que quisermos, onde quisermos. Penso que somente Deus poderá dar forças para que essas pessoas possam se reerguer e tentar dar continuidade a suas vidas. Peço a ele, todos os dias, que acalme o coração delas e que ilumine a cabeça de todas as pessoas para que ajudem, com pelo menos uma garrafa de água! Juntos, conseguimos fazer a diferença e, quem sabe, mudar a vida dessas pessoas.
Hoje, não posso estar lá, mas, estou enviando todas as forças que posso para aquelas pessoas. Cada vez que pego a barca e venho para o trabalho, vejo a serra e me dói o coração. Já estou enviando tudo que posso para aquelas pessoas e estarei lá para ajudar assim que puder.
Peço que todos ajudem e que orem por essas vidas perdidas. Peço que orem também pelas pessoas que ainda estão lá, que perderam suas famílias inteiras, pelas pessoas que estão ajudando, para que tenham forças para continuar, pelas pessoas que estão fazendo as doações, para que tenham condições de continuar doando. Enfim, peço a Deus que proteja todos e que dê forças para que eles continuem as suas vidas.

O hotel que eu fiquei, em Friburgo (prédio de cima)


Praça do Suspiro, no centro de Friburgo


Teresópolis

Imagens: www.globo.com
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